batismo

Cachoeiras de Macacu

O Batismo do Murilo

À beira de um rio, entrei em uma casa em que havia muita luz

As paredes, o chão, o teto, as roupas... tudo branco

O sol brilhava, majestoso e imponente nesse domingo. Fazia muito calor

Além da luz refletida naquela branquidão toda, a primeira coisa que me chamou a atenção foi o som da correnteza... O rio estava logo ali atrás, bastava olhar pelo portão para ver o brilho da água

E nessa beirada desse rio, na casa de Oxalá, Murilo foi batizado sob os preceitos do candomblé

O ritual de matriz africana é uma experiência sensorial, nele a fé é professada não só pela palavra, mas por todos os sentidos

Tem cheiro de mata, som de adjá e de tambores, tem ponto cantado, gosto de pimenta e mel, pele arrepiada, lágrimas de alegria...

Murilo, ainda tão pequenininho, encontrava aconchego em vários colos. Ganhou beijo da avó, chamego da madrinha, carinho das tias, abraços e beijos da mãe, do pai, dos amigos... a bênção da mãe de Santo e dos Orixás 

E foi batizado com fartura de afeto e fé, numa atmosfera de amor e comunhão com o Sagrado que só quem presenciou lembra o que sentiu

Eu, tomada pela emoção, registrava o que os olhos viam, desejando fortemente poder captar o intangível, aquilo que nós sentimos naquele momento. Fotografei com o coração

Murilo, que a beleza desse início seja constante em sua jornada. Que este seja um entre muitos e muitos momentos felizes e iluminados dessa família cheia de amor e fé

Axé!